top of page
Buscar
  • Ravena

Urucum

Recentemente em um stories, perguntei se vocês sabiam o que produzia a coloração amarela do sabonete laranja doce e bergamota. Dentre as respostas vieram dendê e argila amarela. Hoje estou aqui para contar a vocês que aquela coloração, incrivelmente amarelinha, vem do urucum, ou melhor, das sementes do urucum! Quero que vocês desfrutem de mais informações sobre esta planta linda com muitas propriedades e potencialidades.

O urucum é o fruto da arvoreta conhecida como urucueiro (Bixa orellana - Bixaceae). O epíteto que compõe seu nome específico, “orellana”, homenageia Francisco Orellana, um dos primeiros europeus a navegarem pela Amazônia. As antigas civilizações sul americanas já utilizavam a planta em inúmeras atividades e os europeus nos tempos das grandes navegações difundiram a planta e seus usos em outros continentes.

O pó oriundo da trituração das sementes é conhecido nos mercados populares como colorau (em Portugal o colorau também pode ser o que chamamos de páprica, que é o pimentão vermelho seco e em pó). As sementes são ricas em carotenóides (pigmentos naturais encontrados em diversos organismos, especialmente nos vegetais).

O urucum é uma espécie nativa da América do Sul e América Central, há muito utilizada pelos indígenas sul americanos para as pinturas corporais ou para tingimento de fibras. A expressão ru-cu em tupi significa vermelho. Embora o urucum remeta ao vermelho ou um tom laranja forte, com ele também é possível obter o amarelo. O pigmento que reveste as sementes do urucum já é utilizado na indústria alimentícia e na cosmética.

Alguns estudos apontam que o urucum tem propriedades cicatrizantes, atua como repelente e seu óleo possui fator de proteção solar (e tem sido utilizado em filtros solares!), além de ser antioxidante.

Parte da culinária brasileira (especialmente a nordestina) traduz o apreço pelo colorau como tempero, apreço que ganhou espaço também na culinária de outros locais, como na culinária Europeia.

Tanto a arvoreta, quanto as flores e seus frutos são de uma beleza singela. Na Casa da Botânica, além de seu uso na pigmentação do sabonete de laranja doce e bergamota, o urucum também é fonte de inspiração para a composição de arranjos florais.



Seguem links de artigos científicos para satisfazer os mais curiosos:


  1. Food, Ethanobotanical, and Diversified Applications of Bixa orellana L.: A Scope for its Improvement Through Biotechnological Mediation


2. Dyeing of Wool and Silk with Bixa orellana


3. Traditional Uses, Chemical Constituents, and Biological Activities of Bixa orellana L.: A Review


4. Bixa orellana: "The Eternal Shrub"


5. Potencial Cicatricial da Bixa orellana L. em Feridas Cutâneas: Estudo em Modelo Experimental


6. Estudo Fitoquímico de Bixa orellana L. , Bixaceae e Aplicação de seu Óleo em Formulação Cosmética




bottom of page