top of page

Kyphi & incensos

Kyphi - Do ANTIGO EGITO PARA A SUA CASA

Hoje chamamos de incenso, mas para os antigos egípcios o Kyphi era considerado "o suor dos deuses",  um perfume/ aroma sagrado, cujo preparo sempre foi envolto em mistério. Para a nossa sorte, os antigos egípcios deixaram suas instruções e ingredientes registrados/ inscritos nas paredes dos Templos de Edfu (de Hórus - filho de Ísis e Osíris) e Philae (de Ísis), além do Papyrus de Ebers. Os gregos em período histórico conseguinte, redocumentaram o Kyphi nas obras: De Materia Medica, do Dioscórides; De Iside and Osiride, por Plutarco e, De antidotis, por Galeno.

Cada um destes três autores gregos fez suas interpretações e adequações a partir dos hieróglifos inscritos naqueles templos egípcios existentes muito antes de Cristo. 

Há divergências entre algumas das receitas acerca da quantidade de ingredientes utilizados, e até mesmo sobre quais ingredientes são utilizados, ou sobre quais ingredientes eram disponíveis àqueles antigos povos. De qualquer forma, mais da metade destes ingredientes é comum a cada um destes registros.

À luz da obra de Plutarco (que foi estudioso dos escritos de Manetho - um sacerdote do Templo de Heliopólis), o kyphi está associado aos mitos de Ísis e Osíris. Neste mito, Osíris é traído e morto por seu irmão Set, que o corta em partes e as espalha. Então começa a saga de Ísis para juntar novamente as partes de seu amado Osíris e assim, fazê-lo renascer. Nesta associação, cada um dos ingredientes do kyphi representa uma das partes de Osíris, bem como a quantidade de dias que a deusa Ísis levou para juntar as partes de Osíris e ressuscitá-lo.

O Kyphi também é retratado como uma panacéia, seja medicinal ou espiritual e os antigos sacerdotes o utilizavam para induzir sonhos vívidos. No contexto atual, o kyphi pode ser usado para aprimorar meditações, ajudar a relaxar e  restaurar (ou equilibrar) as energias dos ambientes.

Assim é preciso dizer que este não é apenas um incenso, pois é também uma divindade ressurreta. Não é só um perfume, no sentido moderno ao qual a palavra nos remete, mas sim em seu sentido literal per (através da) fume (fumaça), usado não da forma a qual estamos habituados, apenas por vaidade, e sim, com um propósito sagrado, de contemplação, de forma meditativa, com reverência, a qual é necessária inclusive durante seu preparo, pois não é uma mistura de ingredientes adicionados de forma aleatória. Existe um ritual e também uma certa ciência em seu preparo, com proporções adequadas, nos dias certos, nas sequência correta. Os ingredientes são pilados a mão, um a um e acrescentados um por dia e cada uma das unidades do kyphi é moldada manualmente. O preparo do Kyphi leva cerca de 21 dias, mais alguns dias moldando e mais alguns meses de secagem e cura. Ou seja, um processo de cerca de 4 meses.

Bom, se isso não é entrega, então eu não sei o que é.

Afinal, o quem tem neste "perfume dos deuses"? Tem ingredientes como mirra, mastic, olíbano, íris, vinho, gálbano, ládano e mais outras matérias fragrantes incríveis. É preciso experimentar, pois não há nada como o aroma do kyphi. 

INCENSOS Florais (tipo SMUDGES) & Outros incensos

Além dos queridinhos incensos florais, tipo smudge, usados para defumação de ambientes ou somente para fins decorativos, agora a Casa da Botânica tem outros incensos de auto combustão, para queima em carvão ou ainda, em turíbulo elétrico.

Os incensos estão profundamente relacionados à perfumaria, inclusive no sentido literal: per (através de) fume (fumaça), o que nos leva a crer que os primeiros perfumes seriam o que hoje chamamos de incenso.

bottom of page