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Andiroba

Atualizado: 17 de nov. de 2018

A andiroba é uma árvore de grande porte (podendo atingir até 30 m de altura), pertencente ao gênero Carapa, cujas espécies utilizadas na cosmetologia e medicina popular são Carapa guianensis e Carapa procera. Sua família botânica é Meliaceae, da qual também fazem parte o cedro, o mogno e outras árvores de médio e grande porte.

É uma espécie nativa do Brasil, ocorrendo no bioma Amazônia e a extração do óleo de suas sementes é fonte e/ ou complemento de renda de muitas famílias de ribeirinhos que vivem na região amazônica.

Sua extração é realizada de forma artesanal e tradicional. A coleta das sementes é realizada manualmente e as sementes coletadas são aquelas que já estão caídas no solo. Após a coleta ocorre o cozimento, o repouso, e então a quebra das "castanhas". Após a remoção das cascas, é feita a massa e conseguinte o escoamento do óleo.

Parte dessa produção envolve cooperativas e especialmente grupos de mulheres (de idades variadas), que se reúnem nos conhecidos "serões", que acontecem em suas residências e, juntas, realizam as etapas da extração/ produção do óleo de andiroba.  

O óleo de andiroba é um óleo amargo e é desta característica que seu nome em tupi deriva: ãdi'roba, que significa óleo amargo. É um óleo rico em gorduras saturadas e insaturadas, rico em ácidos graxos (rico em ômega 9 e ômega 6), contendo ácido palmítico, ácido esteárico, ácido oleico, ácido linoleico, além de taninos.

Devido às suas propriedades anti-inflamatórias, cicatrizantes e antissépticas, este óleo possui muitos usos. Além de ser emoliente e hidratante também é repelente de insetos.

Pode ser aplicado direto na pele e também no cabelo. Suaviza manchas e cicatrizes, ajuda a combater celulite, alivia dores musculares, proporciona maciez e é repelente de insetos. No cabelo auxilia no controle do frizz e, recupera pontas quebradiças, proporcionando brilho e maciez.

Na medicina popular a andiroba é indicada nos tratamentos de reumatismo, sinusite e dor de garganta. É empregado ainda na produção de sabonetes e velas, e como combustível para lamparinas na iluminação de casas.

O óleo de andiroba é amplamente comercializado localmente na região amazônica e tem sido exportado para França, Alemanha e Estados Unidos para uso na indústria cosmética.

Abaixo selecionei dois vídeos interessantes sobre a andiroba e sobre a produção do óleo de andiroba, um produto especial, que é a cara do Brasil. Ambos os vídeos mostram como é importante a atuação das mulheres na produção deste insumo.



Abaixo o vídeo do Programa Um Pé de Que?

Mesmo sendo orgulhosos de possuirmos um produto tão benéfico e tão apreciado pela indústria de cosméticos e fitoterápicos internacionais, precisamos ficar alerta sobre o real impacto desse apreço por esta matéria prima na economia local. Em 2006, a cooperativa de mulheres andirobeiras do Pará denunciou a atuação da indústria cosmética e de seus grileiros como concorrência predatória (leia aqui). Em 2013 foi criado um programa governamental de apoio às andirobeiras, as quais foram reconhecidas como tradicionais, além de receberem treinamentos para melhorar e otimizar sua produção e comercialização do óleo de andiroba e alguns subprodutos.

No Portal Ypadê da Comissão Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais (CNPCT), criado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) é possível conhecer mais sobre as andirobeiras e outras comunidades extrativistas tradicionais.

Se você estiver no Rio de Janeiro e fizer um passeio pelo Jardim Botânico do Rio de Janeiro, lá existe uma aleia de andirobas, além de um exemplar próximo ao Lago Frei Leandro! Fica a dica, caso seja difícil você ter a oportunidade de conhecer essa maravilha de árvore na Amazônia!

Abaixo fotos que fiz na minha última visita ao Jardim Botânico do Rio, em outubro/2018: a placa de identificação da árvore; as "castanhas", ambas na aleia das andirobas e, parte da copa da árvore da andiroba, perto do Lago Frei Leandro.




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